16.5.12

Trecho de "O Simbolismo" (1886), de Jean Moréas


     "Inimiga do ensino, da declamação, da falsa sensibilidade, da descrição objetiva, a poesia simbolista procura: revestir a Ideia de uma forma sensível, que não seja um fim em si mesma mas que, ao servir para exprimir a Ideia, a ela permaneça submissa. A Ideia, por sua vez, não deve se ver privada das suntuosas samarras das analogias exteriores; pois o caráter essencial da arte simbólica consiste em nunca conceber a Ideia em si. Assim, nessa arte, os quadros da natureza, as ações dos humanos, todos os fenômenos concretos não poderiam, eles próprios, manifestar-se: é que são aparências sensíveis destinadas a representar suas afinidades esotéricas com Ideias primordiais."

[Moréas, Jean. “O Simbolismo”. In: Gomes, Álvaro Cardoso (Org.). A estética simbolista. São Paulo: Cultrix, 1985, p. 67-8; ilustra essa postagem gravura de Odilon Redon, artista francês que produziu importantes obras da arte simbolista]

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