13.5.12

Acréscimo à fortuna crítica de Machado de Assis

Nascido em Ubajara, no Ceará, Raymundo Magalhães Júnior é autor de grande número de biografias interessantes para se conhecer a vida literária e as personalidades artísticas do século XIX. Uma delas é Vida e obra de Machado de Assis, composta por quatro alentados volumes (v.1. Aprendizado - v.2. Ascenção - v.3. Maturidade - v.4. Apogeu). Para aqueles que irão apresentar seminário sobre Memórias póstumas de Brás Cubas (e especialmente a equipe que tratará do romance machadeano na visão de seus contemporâneos), os dois primeiros capítulos do volume 3 constituem material valioso para o conhecimento mais detalhado das repercussões que Brás Cubas causou na vida literária brasileira do final do século XIX. No terceiro capítulo do volume, intitulado "Machado maneja a sátira", estão estampados vários trechos de rodapés críticos da época em que se publicara Papéis Avulsos (1882), um ano depois do surgimento radical de Brás Cubas. Segue um dos trechos, de autoria de Francisco Luís da Gama Rosa, publicados originalmente a 2 de novembro de 1882, na Gazeta da Tarde:

"Os Papéis Avulsos são, na essência, uma continuação da maneira iniciada nas Memórias Póstumas de Brás Cubas. O mesmo maneirismo, o mesmo pessimismo, o mesmo ar sarcástico, cético, desiludido de tudo e de todos, as mesmas revelações apolcalípticas, os mesmos sentidos obscuros e ambíguos, o mesmo espírito enigmático, fazem desconhecer, no primeiro como no segundo livro, o poeta lírico, o escritor romântico de outrora."
(In: Magalhães Júnior, R. Vida e obra de Machado de Assis, v.3: maturidade. Rio de Janeiro: Record, 2008) 

 

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