20.5.14

Das agruras do Simbolismo no Brasil





"E essas incompreensões conseguiram abalar o prestígio inicial do Simbolismo entre nós. As razões eram perfeitamente explicáveis. Antes de tudo, o Parnasianismo era um poder devidamente constituído. Estávamos em pleno reinado do Positivismo. O fato de alguns simbolistas famosos serem egressos do Parnasianismo dava à nova estética uma feição de dissidência parnasiana e comprometia seu caráter renovador. Por outro lado, a ausência de ação pessoal, a incapacidade, para entenderem-se e coordenarem-se como movimento unificado, entregava o destino do Simbolismo à sorte particular de cada um dos seus representantes. Tudo isto se aliava a uma tendência que proliferou na crítica do fim do século XIX e início deste: a tendência às comparações desabonadoras. Segundo ela Cruz e Sousa seria um pastiche de Baudelaire e Alphonsus de Guimaraens um Verlaine tropical. E só muito recentemente, e contra algumas resistências, a crítica brasileira de um modo geral retificou a sua posição frente ao Simbolismo."

(Eduardo Portella, "O universo poético de Alphonsus de Guimaraens", 1960)


Na panelinha de Machado de Assis: nela cabem Arthur Azevedo, Olavo Bilac, José Veríssimo, entre outros; não há porém um só dos poetas simbolistas.

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