5.5.13

Canudos, Rui Barbosa e Euclides da Cunha

Ruínas de Canudos, após últimos combates, fotografadas por Flávio de Barros.


        [...] Rui Barbosa, ao acusar os canudenses de serem uma "horda de mentecaptos e galés", sustenta que não passavam de um caso de polícia, cuja intervenção, a par com a do Exército, convoca, para limpar o território nacional "desinçando-o de uma colônia de bandidos". Mais tarde, finda a guerra e o perigo liquidado, passaria a devotar-se aos canudenses mortos, chamando-os de "meus clientes" e lamentando não ter pedido habeas corpus para eles enquanto vivos.
        Se antes a grita clamando pelo extermínio emanava de todos, mudou de figura depois que a guerra acabou. Assistiu-se a um mea culpa generalizado, que acometeu a muita gente e encontraria sua forma mais altamente elaborada em Os sertões, de Euclides da Cunha; o que, à parte seus indiscutíveis méritos, tem muito a ver com seu êxito imediato e a glória que cobriu seu autor.
(Galvão, Walnice Nogueira. Euclides da Cunha: Militante da República. São Paulo: Expressão Popular, 2010, p. 52)

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