"Muitas das complicações técnicas em que [Manuel Bandeira] se compraz não são decididas, na obra deste engenheiro malogrado, pelo apego ao espírito de geometria, e sim, talvez, pelo pudor das próprias emoções, espécie de inteligência da sensibilidade. De onde certa dureza de timbre bem característica e, por vezes, certa rispidez deliberada, equivalente, de algum modo, à concepção estética representada na figura daquele cacto 'belo, áspero, intratável', que um dia caiu atravessado na rua, quebrando cabos elétricos e interrompendo por vinte e quatro horas a vida da cidade."
(Holanda, Sérgio Buarque de. "Trajetória de uma poesia". In: Bandeira, Manuel. Poesia completa e prosa.
Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1983, p. 23)
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