11.11.14

Obras completas de Casimiro de Abreu etc.


http://www.brasiliana.usp.br/bbd/search?&fq=dc.contributor.author%3AAbreu%2C\+Casimiro\+de%2C\+1839\-1860

O endereço acima é o de uma das páginas do site da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (http://www.bbm.usp.br/). Nela estão relacionados os títulos das edições do poeta romântico Casimiro de Abreu, todos disponíveis em versão digitalizada, o que nos faz pensar na recepção da poesia brasileira à época no Brasil e fora dele. Casimiro, por qualidades que foram apontadas por Drummond em postagem anterior, foi poeta certamente difundido entre leitores os mais diversos, e ficamos mesmo imaginando que um poeta como Patativa do Assaré terá se deleitado com versos como estes.



[...]

Há que tempos! Bem me lembro...
Foi num dia de novembro:
Deixava a terra natal;
A minha pátria tão cara,
O meu lindo Guanabara,
Em busca de Portugal.

Na hora da despedida
Tão cruel e tão sentida
Pra quem sai do lar fagueiro;
Duma lágrima orvalhada
Esta rosa foi-me dada
Ao som d'um beijo primeiro.

Deixava a pátria, é verdade,
Ia morrer de saudade
N'outros climas, n'outras plagas;
Mas tinha orações ferventes
D'uns lábios inda inocentes
Em quanto cortasse as vagas.

E hoje, e hoje, meu Deus?!
— Hei de ir junto aos mausoléus
No fundo dos cemitérios,
E ao baço clarão da lua
Da campa na pedra nua
Interrogar os mistérios!

[...]

(Abreu, Casimiro de. "Rosa murcha". In: _____.  As Primaveras. Rio de Janeiro: Typ. de Paula Brito, 1859)



Um comentário:

Anônimo disse...

Casimiro de Abreu me lembra muito a época do ensino médio; "Segredos" ficou para sempre em minha memória, acho lindo. Aliás, confesso que tenho mesmo uma queda pela produção da segunda geração do Romantismo! Impossível não se apaixonar. Impossível não suspirar de encanto. Impossível não ler tais poemas com o coração palpitante.
E obrigada por disponibilizar o link. Beijos.