São reveladoras as palavras de Carlos Drummond de Andrade sobre a poesia de Casimiro de Abreu, no livro Confissões de Minas (1944). A primeira parte das confissões de Drummond, aliás, intitula-se "Três poetas românticos", os quais são tratados nos seguintes ensaios: "Fagundes Varela, solitário imperfeito", "No jardim público de Casimiro" e "O sorriso de Gonçalves Dias". Destaco do segundo dois pequenos trechos, que desvela aspectos importantes da poesia de Casimiro.
O trecho acima são as primeiras palavras do ensaio de Drummond. As que seguem foram retiradas de trecho mais avançado, em que estabelece a relação com dois outros importantes poetas do romantismo brasileiro, Álvares de Azevedo e Castro Alves.
"Casimiro guardou, pois, a inocência entre dois demônios poéticos. Antes dele, já Álvares de Azevedo zombara de todas as metafísicas e da própria poesia, recomendando em verso que cortassem uma tripa de seu cadáver para a feitura de uma lira que cantasse os amores da vida. Pouco depois, Castro Alves, ao mesmo tempo em que renovava o conteúdo dos velhos temas amorosos, agredia o leitor com a insolência de novos assuntos: a conspiração de Tiradentes, o tráfico de escravos, a batalha política. O frágil Casimiro esgueirou-se na tempestade, à procura de abrigo para a sua sensibilidade de contornos tão limitados. [...]" (pp. 30-1)
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