29.4.14

A Batalha do Impressionismo, por Emile Zola

O tocador de pífaro, de Èdouard Manet, obra recusada no Salão Oficial de Paris de 1867. Sobre ele Zola profetizaria: "Manet será um dos mestres de amanhã" (Zola, p. 39).



Interessantíssimo o livro que reúne os artigos críticos de Emile Zola, textos que testemunham o escandaloso surgimento da pintura impressionista na França na década de 1860. São escritos que articulam aspectos formadores das estéticas relacionadas -- realismo, impressionismo, naturalismo --, assim como facilitam a compreensão da importância da pintura nas revoluções modernistas que marcariam o primeiro vintênio do século XX em grande parte do mundo -- inclusive no Brasil, em que a exposição de Anita Malfatti, realizada em 1917, tanta grita provocaria. Eis um pequeno petisco do livro, com imagens de pintores citados por Zola:



            [...]
            Pois é uma boa piada acreditar que exista, em matéria de beleza artística, uma verdade absoluta e eterna. A verdade una e completa não é feita para nós, que confeccionamos, todas as manhãs, uma verdade usada todas as noites. Como todas as coisas, a arte é um produto humano, uma secreção humana; é nosso corpo que destila a beleza de nossas obras. Nosso corpo muda segundo os climas e os costumes e portanto, a secreção mudará também.
            [...]

[Zola, Emile. A batalha do impressionismo. Tradução Martha Gambini. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p. 34]



O nascimento de Vênus (1863), de Alexandre Cabanel. Sobre ele Emile Zola fuzilaria: "declaro que faço pouco caso de todo o pó-de-arroz do senhor Cabanel e que prefiro os cheiros fortes e saudáveis da verdadeira natureza" (Zola, p. 29).

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