28.2.11

O Evangelho nas Selvas, por Fagundes Varela


Folheando O Evangelho nas Selvas ou Anchieta (1871-75), de Fagundes Varela, é curioso o passeio pelas páginas iniciais onde se estampam uma nota editorial e uma longa introdução. Essas páginas são marcadas pela melancolia que a recente morte do “poeta da simplicidade e da singeleza” impunha. E o tom das lamentações é bastante grandiloquente, com os exageros característicos da época. No final de uma das notas elegíacas do livro, deparamo-nos com essa verberação patética: “Eu não te lastimo, não. Invejo-te.” Pois, o autor da nota não lamentava o fim precoce do poeta fluminense, mas antes invejava sua sorte! Patético demais! Bem ao gosto... “Tão Brasil” – diria Mário de Andrade.



[a ilustração é pintura de Benedito Calixto, intitulada “Evangelho nas Selvas” (1893), na qual se vê a figura de Anchieta a pregar meio a selva selvagem; a edição de O Evangelho nas Selvas que consultei está disponível no site "brasiliana.usp.br"]

Nenhum comentário: