17.4.12

Retrato do Brasil e Macunaíma

Em resenha crítica sobre Retrato do Brasil (1928), de Paulo Prado, Oswald de Andrade esboçava um atalho de aproximação entre o "ensaio sobre a tristeza brasileira" e Macunaíma (1928), de Mário de Andrade. Aliás não se deve esquecer que Mário dedicou as peripécias de seu "heroi sem nenhum caráter" a... Paulo Prado. Vejamos os trechos da resenha de Oswald que aproximam os dois livros de 1928:

       "O Retrato do Brasil é um livro que acordou muita gente. Percebeu-se através dele que o Brasil existe. Eu diria mesmo que o Retrato do Brasil é o glossário histórico de Macunaíma." (In: Prado, 2012, p. 169)

       "O Retrato do Brasil tem passagens lindas. As descrições das matas do Norte nos transportam para elas e para os momentos integrais da natureza bruta e sensual. Os quadros da vida de luxo de senhores, escravos, negras e índias, os séquitos, as procissões, os corpos nus sob a cambraia caseira, tudo isso bem documentado, bem pintado, bem vivido, é um hino que fura qualquer invólucros de falso pessimismo e a gente sente em cada página assim colorida o arrimo histórico de Macunaíma." (idem, p. 171)

Pode-se aprofundar um retrato de Macunaíma a partir desta aproximação...

[Mário de Andrade I (1922), de Anita Malfatti]

Nenhum comentário: