29.10.12

O Augusto dos Anjos que poderia ter sido...


Na sua Apresentação da poesia brasileira, Manuel Bandeira especula sobre o que seria a expressão de um Augusto dos Anjos maduro, se acaso vivesse para além dos trinta anos que o levaram de volta para a "pátria da homogeneidade" (ver "Debaixo do Tamarindo"). Reparem o comentário sobre a expressão do poeta paraibano, que em trecho anterior Bandeira chamara de "uma expressão por estampidos", assim como a comparação com a prosa impetuosa de Euclides da Cunha.

       "Augusto dos Anjos morreu aos trinta anos. Não creio, porém, que, se vivesse mais, atenuasse as arestas de sua expressão formal. Esta lhe era congênita e persistiria sem dúvida, como persistiu na maturidade de Euclides da Cunha, em cuja prosa deparamos com o mesmo ímpeto explosivo e indomável."

[Bandeira, Manuel. Apresentação da poesia brasileira. São Paulo: Cosac Naify, 2009, p. 146]

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