30.3.11

Lista de títulos para Seminários – Literatura Brasileira I

Lista de títulos para Seminários – Literatura Brasileira I Os livros a serem estudados para apresentação dos seminários de Literatura Brasileira I (turmas A e B) são os seguintes: 1. Primeiros Cantos (1847), de Antônio Gonçalves Dias. 2. Últimos Cantos (1851), de Antônio Gonçalves Dias. 3. Lira dos Vinte Anos (1853), de Manuel Antônio Álvares de Azevedo. 4. Noite na Taverna (1855), de Manuel Antônio Álvares de Azevedo. 5. Os Escravos (1883), de Antônio Frederico de Castro Alves. 6. Primaveras (1859), de Casimiro José Marques de Abreu. 7. Anchieta ou O Evangelho nas Selvas (1875), de Luís Nicolau Fagundes Varela. 8. O Noviço (1853), de Luís Carlos Martins Pena. Muitas das obras listadas podem ser encontradas na Brasiliana USP (http://www.brasiliana.usp.br/).

[a ilustração é de Debret]

Antologia dos Poetas Brasileiros do Período Colonial

Prazerosa tarefa a de compilar textos e compor antologias. Segue mais uma, desta vez contemplando os poetas "brasileiros" do período colonial. A nacionalidade desses poetas segue entre aspas pois de fato nem todos eles são brasileiros: aliás o primeiro deles, Anchieta, nasceu longe das terras em que iria morrer – nas Ilhas Canárias, ano de 1534, época em que a grande conquista portuguesa na América era ainda um vasto território a ser invadido, colonizado e batizado (ou seja, o Brasil ainda não existia). Além de Anchieta, também Bento Teixeira não nasceu nesta Terra dos Papagaios, sendo natural da cidade do Porto, em Portugal. Tomás Antônio Gonzaga é da mesma cidade lusitana, mas difícil seria encontrar poeta mais brasileiro que ele entre seus contemporâneos. Já o infeliz Cláudio Manuel da Costa nascera em Mariana, mas poetava como quem passasse em Minas Gerais pelo mais duro exílio. Enfim, o acidente geográfico que marca o nascimento desses indivíduos pode ser importante para a definição de seus mapas astrais, mas nem sempre importam para a definição do caréter expressivo de suas produções poéticas. A antologia pode ser encontrada no seguinte endereço:





[a ilustração é de Rugendas, "Lundu" (1835)]

28.3.11

Slides sobre o Barroco


Seguem os slides que serviram, em sala de aula, como introdução ao estudo do Barroco no Brasil. A apresentação é parca, carecendo de informações básicas, mas servirá pela sugestão do espírito seiscentista que as imagens trazem. "Barroco: o pictórico e o patético" é o título da apresentação, que pode ser encontrada no endereço abaixo:

http://www.4shared.com/file/9XKqiOe6/Barroco_pictrico_pattico.html



[a imagem acima é fotografia de um painel de azulejos do Convento de São Francisco, em Salvador; intitula-se "A morte é certa"]

23.3.11

Euclideana: projeções de uma obra 2

Vale conferir o trecho inicial do documentário de Rodrigo Neves e Charlene Lima, Epopéia Euclydeacreana, que narra alguns dos fatos que envolveram a viagem de Euclides da Cunha ao Alto Purus, hoje território do Acre. Belas imagens e penetrantes trechos da obra do escritor fluminense, que produziu a grande epopeia brasileira do século XX. Para quem quiser assistir ao documentário na íntegra, o DVD pode ser adiquirido pela internet.


20.3.11

Pau-Brasil e Antropófago, manifestos de Oswald de Andrade



Os dois manifestos de Oswald de Andrade, o da Poesia Pau-Brasil e o Antropófago, estão disponíveis na internete em muitos endereços. Dos mais interessantes é o site dedicado à Tropicália, projeto de Ana de Oliveira. Entre as Leituras complementares sugeridas, lá estão o Manifesto da Poesia Pau-Brasil (http://tropicalia.com.br/leituras-complementares/manifesto-da-poesia-pau-brasil) e o Antropófago (http://tropicalia.com.br/leituras-complementares/manifesto-antropofago).
Percorrendo o site, percebemos a força dos desdobramentos do primeiro modernismo (1922-30) na composição de nossa cultura contemporânea.

O quadro ao lado é de Tarsila do Amaral, criadora de uma expressão plástica fundamental aos movimentos chefiados por Oswald – com que foi casada, sendo referidos por Mário de Andrade como Tarsiwald. O quadro se chama Morro da Favela (1924).

19.3.11

Euclideana: projeções de uma obra




São muitas as projeções da obra de Euclides da Cunha na produção cultural e no pensamento brasileiro. Gilberto Freyre dava nota desse fenômeno já na década de 1950, e de lá pra cá essa centralidade de Euclides entre pensadores e escritores é cada vez mais intensa.


Encontramos uma dessas projeções entre as fotografias de Evandro Teixeira, um dos mais importantes forojornalista brasileiros de hoje. As fotos de Canudos podem ser conferidas no site do fotógrafo (http://www.evandroteixeira.net/html/canudos/index1.htm).








Euclides da Cunha: uma introdução


Uma boa introdução para ao conhecimento da obra de Euclides da Cunha pode ser encontrada no endereço eletrônico do "Alô Escola" (recursos educativos para estudantes e professores). O endereço é o seguinte: http://www.tvcultura.com.br/aloescola/estudosbrasileiros/sertoes/index.htm


14.3.11

Euclides da Cunha: barroco científico





Um das mais notáveis análises da obra de Euclides da Cunha, peça fundamental da fortuna crítica sobre o autor d'Os Sertões (1902), é o ensaio “Euclides da Cunha: revelador da realidade brasileira”, de Gilberto Freyre. Com linguagem sedutora, o escritor pernambucano apresenta aspectos centrais da produção intelectual de Euclides – “um dos escritores brasileiros que maior influência vêm exercendo sobre a gente do seu país e maior atenção da parte de estrangeiros vêm atraindo para a cultura, em geral, e para as letras, em particular, de um ainda obscuro Brasil”. Os trechos que seguem foram retirados das obras completas de Euclides da Cunha (Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, vol. I).

“A verdade é que Euclides da Cunha escreveu perigosamente. Transpôs para a arte de escrever o viver perigosamente de que falava Nietzsche. Escreveu num estilo não só barroco – esplendidamente barroco – como perigosamente próximo do precioso, do pedante, do bombástico, do oratório, do retórico, do gongórico, sem afundar-se em nenhum desses perigos. Deixando-o apenas tocar por eles; roçando por vezes pelos seus excessos; salvando-se como um bailarino perito em saltos-mortais, de extremos de má eloqüência que o teriam levado à desgraça literária e ao fracasso artístico. Que o teriam tornado outro Coelho Neto.
É um escritor cujo gosto, sem ser o convencionalmente bom, dos clássicos medidos e claros, nos dá a idéia de estar sempre em perigo: o perigo de tornar-se absolutamente mau. Mau segundo todos os padrões: os clássicos e os anticlássicos. Apenas esse risco nunca se realiza de todo. Nunca passa inteiramente de risco à desgraça literária. O autor d’Os Sertões nunca chega a ser catastrófico em seus colapsos de má eloqüência. Euclides da Cunha não nos desaponta em momento algum com uma só expressão de inconfundível mau gosto; ou de indiscutível preciosismo; ou de absoluto gongorismo. O que nele é freqüente é o gosto duvidoso, ambíguo e, por conseguinte, discutível.
[...]
Euclides foi escritor que escreveu quase sempre declamando [...]. Ouvido, Euclides vem sendo há mais de cinquenta anos por muitos dos que o vêm lendo; entendido por outros tantos; admirado por quase todos. Pois é escritor dos que, mesmo quando não são plenamente entendidos, são agradáveis de ser ouvidos através do que escrevem. Escritores nascidos com boa voz. Nascidos escritores sonoros e que potentemente sonoros se conservam, mesmo quando suas mensagens perdem a potência intelectual.” (p. 18)

Gilberto Freyre é hábil analista da escrita monumental de Euclides, a qual descreve através de um sem número de formulações conceptistas. Musical também, também ele nascido com boa voz, apresenta este “revelador da realidade brasileira” que foi Euclides de modo saboroso. Dois outros trechos interessantíssimos seguem adiante:

“Euclides pertence ao número de autores que não se deixam buscar ou procurar pelo leitor: vêm ao seu encontro. Apresentam-se. Exibem-se. Nenhum escritor de língua portuguesa mais presente na sua literatura do que ele. Nenhum mais ostensivo na sua presença.” (p. 23)

Caráter marcante da escrita de Euclides, ela evoca a figura de outro escritor do momento pré-modernista no Brasil – a de Augusto dos Anjos. O poeta paraibano do Eu decalca com traços fortes o eu lírico, que gesticula enfaticamente entre as “perpétuas grades” de seus versos singularíssimos. E não é preciso muita investigação para que encontremos a figura do poeta a apresentar-se na gesticulação desse eu lírico, tantas vezes autobiográfico. Passemos ao último trecho selecionado, que trata do “brasileirismo” de Euclides:

“Seu próprio brasileirismo, por vezes enfático, talvez fosse uma expressão do que o autor julgava ser, em si mesmo, presença ameríndia: tapuia. Admitia que fosse um tapuio modificado por outras presenças – pela ‘grega’ e pela ‘celta’. Mas a consciência de ser homem de sangue ameríndio parece ter-se tornado nele outra consciência: a de dever ser um escritor com alguma coisa de não-europeu e até de antieuropeu em sua visão do ambiente nativo e em sua expressão ou em sua interpretação desse ambiente. Não só escritor: homem público.” (p. 23)



[o retrato de Euclides acima é da lavra de Cândido Portinari]

1.3.11

Epígrafes do Romantismo




Que formosos são os teus pavilhões, oh,
Jacob!
Que bellas as tuas tendas, oh! Israel!
... O seu rei será regeitado por causa de
Agag, e o reino lhe será tirado!
Eu o verei, mas não agora eu o contemplarei,
mas não de perto. Nascerá uma
estrella de Jacob!

(Números, XXIV, v. 5, 17).

2 de Dezembro de 1871.


[essa é a epígrafe que abre o primeiro canto de O Evangelho nas Selvas, de Fagundes Varela; adiante virão outras, todas do arsenal romântico, que delas fez instrumento predileto na indicação de filiações e linhagens; a ilustração é quadro de Pedro Américo (1843-1905) intitulado "A Noite com os Gênios do Estudo e do Amor"; ...]