2.5.11

O Aleijadinho

Os dedos no teclado para começar a escrever o que se lê, fico pensando: pretendo falar do Aleijadinho e sua época ou de Joaquim Pedro de Andrade, cinesta que muito produziu em torno de aspectos e fundamentos da cultura brasileira, e especificamente da literatura.
Para quem pretende visualizar um pouco da letra e do espírito que conformaram o século neoclássico no Brasil (XVIII), é imprescindível conferir Os inconfidentes (1972). As sequências do filme põem em cena personagens que parecem vestir um figurino tropicalista, mas que faz uma referência a certa empáfia da aristocracia colonial de então, composta por mazombos cultos de formação europeia e com interesses fortemente estabelecidos em terras brasileiras (os documentos históricos comentam sobre as extravagâncias que Tomás Antônio Gonzaga ostentava no vestir, por exemplo). Era uma forma de distinção aristocrática, como muitas outras, que separavam radicalmente os elementos desta elite diante da população escrava (a perambular nua ou seminua pelas ruas) e do populacho assalariado (a vestir grosseiras peças de algodão bruto).
Mas essas palavras vêm por ocasião de um curta-metragem de Joaquim Pedro, que também serve para aprofundar o conhecimento acerca do século XVIII em Minas Gerais, e não de Os inconfidentes. Trata-se de O Aleijadinho, documentário sobre a vida e as obras de Antônio Francisco Lisboa, talvez o maior escultor brasileiro de seu tempo.



[obs: segue a primeira parte do filme]




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