Em 1893, ano em que são publicados os Broqueis e o Missal de Cruz e Sousa,
Alphonsus de Guimaraens entrava em contato com famosa entrevista concedida
por Stéphane Mallarmé no início daquela década, e sobre a qual comentaria com seu amigo Freitas Valle (o mesmo Jacques D'Avray, reverenciado por seu amigo mineiro com o epíteto de "Prince royal du symbole et grand poète inconnu"):

Evocar um rosto que se viu em sonho, por meio de frases, alusões a sensações de dolorosa melancolia que sentimos, deixar quem nos lê se lembrar na meia sombra de um período crepusculejado pelo mistério do Lá-Em Cima, poder exprimir a saudade que todos temos de um mundo que nunca vivemos, de uma mulher que nunca amamos... Deve ser tão grande!"
A carta do Pobre Alphonsus é datada de 27 de abril de 1893, Ouro Preto. O poeta de "Ismália" registra o contato bastante imediato com as inovações do simbolismo francês, e revela um pouco da conexão com a Vila Kyrial, de Freitas Valle, mecenas que mobilizava poetas que aspiravam ao mistério do Simbolismo, e entre os quais encontramos escritores que seriam protagonistas do movimento modernista posterior (como Mário de Andrade, admirador da poesia de Alphonsus).
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