Canção
do Outono
Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.
Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
E chora.
Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta
Batido...
[In: Verlaine, Paul. Poèmes Saturniens (1866).
Tradução de Alphonsus de Guimaraens;
na fotografia, Verlaine com absinto]
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