Trata-se agora de definir o poeta parnasiano para diferenciar a expressão simbolista de Cruz e Sousa. O "Dante Negro" esteve, como os demais simbolistas, próximo do formalismo dos poetas do Parnaso, mas a concepção da linguagem torna parnasianos e simbolistas distantes em seus fundamentos, desenvolvendo caminhos paralelos que entanto não se encontram no infinito (pois a linguagem parnasiana não aspirou jamais tal transcendência). Vejamos o que diz Alfredo Bosi a respeito.
"Para o parnasiano, tudo pode ser dito com clareza: não há transcendência em relação às palavras, pois estas se apresentam em estreita mimese com a realidade empírica. Mas um poeta como Cruz e Sousa, que se vê dilacerado entre matéria e espírito, dará à palavra a tarefa de reproduzir a sua própria tensão e acabará acusando os limites expressionais do verbo humano."
[Bosi, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994, p. 272]
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