http://www.brasiliana.usp.br/bbd/search?&fq=dc.contributor.author%3AAbreu%2C\+Casimiro\+de%2C\+1839\-1860
O endereço acima é o de uma das páginas do site da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (http://www.bbm.usp.br/). Nela estão relacionados os títulos das edições do poeta romântico Casimiro de Abreu, todos disponíveis em versão digitalizada, o que nos faz pensar na recepção da poesia brasileira à época no Brasil e fora dele. Casimiro, por qualidades que foram apontadas por Drummond em postagem anterior, foi poeta certamente difundido entre leitores os mais diversos, e ficamos mesmo imaginando que um poeta como Patativa do Assaré terá se deleitado com versos como estes.
[...]
Há que tempos! Bem me lembro...
Foi num dia de novembro:
Deixava a terra natal;
A minha pátria tão cara,
O meu lindo Guanabara,
Em busca de Portugal.
Na hora da despedida
Tão cruel e tão sentida
Pra quem sai do lar fagueiro;
Duma lágrima orvalhada
Esta rosa foi-me dada
Ao som d'um beijo primeiro.
Deixava a pátria, é verdade,
Ia morrer de saudade
N'outros climas, n'outras plagas;
Mas tinha orações ferventes
D'uns lábios inda inocentes
Em quanto cortasse as vagas.
E hoje, e hoje, meu Deus?!
— Hei de ir junto aos mausoléus
No fundo dos cemitérios,
E ao baço clarão da lua
Da campa na pedra nua
Interrogar os mistérios!
[...]
(Abreu,
Casimiro de. "Rosa murcha". In: _____. As
Primaveras. Rio de Janeiro: Typ. de Paula Brito, 1859)