No dia 9 de julho de 1896, o Jornal do Commercio do Rio de Janeiro anunciava a primeira exibição do primitivo cinematographo, início da história do cinema no Brasil. Depois de descrever o espetáculo e o local para exibi-lo, na tradicional rua do Ouvidor, o artigo precavia assim os prováveis interessados:
Cena de Viagem à lua (1902), de Georges Méliès. |
"O espetáculo é curioso e merece ser visto, mas aconselhamos aos visitantes a se acautelarem contra os gatunos. Na escuridão negra em que fica a sala durante a visão, é muito fácil aos amigos do alheio o seu trabalho de colher o que não lhes pertence. A polícia, que tão bem os conhece, poderia providenciar no sentido de impedir-lhes a entrada naquele recinto."
Ontem tive a má sorte de encontrar com um "amigo do alheio", que me levou computador e celular, depois de um dia extenso de trabalho. O gatuno ainda tripudiou, depois de conferir o que havia na carteira, que ele rapou e devolveu: "Mais liso que eu, professor!". Ri sem graça, lamentando a "escuridão negra" que graça por aí...
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