"E essas incompreensões conseguiram abalar o prestígio
inicial do Simbolismo entre nós. As razões eram perfeitamente explicáveis.
Antes de tudo, o Parnasianismo era um poder devidamente constituído. Estávamos
em pleno reinado do Positivismo. O fato de alguns simbolistas famosos serem
egressos do Parnasianismo dava à nova estética uma feição de dissidência parnasiana
e comprometia seu caráter renovador. Por outro lado, a ausência de ação
pessoal, a incapacidade, para entenderem-se e coordenarem-se como movimento
unificado, entregava o destino do Simbolismo à sorte particular de cada um dos
seus representantes. Tudo isto se aliava a uma tendência que proliferou na
crítica do fim do século XIX e início deste: a tendência às comparações
desabonadoras. Segundo ela Cruz e Sousa seria um pastiche de Baudelaire e
Alphonsus de Guimaraens um Verlaine tropical. E só muito recentemente, e contra
algumas resistências, a crítica brasileira de um modo geral retificou a sua posição
frente ao Simbolismo."
(Eduardo Portella, "O universo poético de
Alphonsus de Guimaraens", 1960)
Na panelinha de Machado de Assis: nela cabem Arthur Azevedo, Olavo Bilac, José Veríssimo, entre outros; não há porém um só dos poetas simbolistas. |
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