Literatura Brasileira III
Regionalismo nordestino e Modernismo paulista
Prof. Marcelo Magalhães
- A partir da leitura dos textos abaixo, faça o que se pede:
A verdade é que não
há região no Brasil que exceda o Nordeste em riqueza de tradições
ilustres e em nitidez de caráter. Vários dos seus valores regionais
tornaram-se nacionais depois de impostos aos outros brasileiros menos
pela superioridade econômica que o açúcar deu ao Nordeste durante
mais de um século do que pela sedução moral e pela fascinação
estética dos mesmos valores. [...] Como se explicaria, então, que
nós, filhos de região tão criadora, é que fôssemos agora
abandonar as fontes ou as raízes de valores e condições de que o
Brasil inteiro se orgulha ou de que vem se beneficiando como de
valores basicamente nacionais?
(Freyre,
Gilberto. “Manifesto Regionalista de 1926”)
Só a antropofagia
nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo.
Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os
coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupy, or not tupy
that is the question.
Contra todas as
catequeses. E contra a mãe dos Gracos.
Só me interessa o
que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
Estamos fatigados de
todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou
com enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.
Filhos do sol, mãe
dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia
da saudade, pelos imigrados, pelos trancafiados, pelos touristes. No
país da cobra grande.
Foi porque nunca
tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca
soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental.
Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.
(Andrade,
Oswald de. “Manifesto Antropófago”)
- Segundo J.M. Gomes de Almeida, o confronto entre os momentos literários do modernismo paulista e do regionalismo nordestino evidencia dois aspectos: o que se vincula ao contraste entre tradicionalismo e “futurismo”; e a caracterização predominantemente estética de um diante do cunho mais cultural (sociológico) do outro. Caracterize os momentos literários referidos e os contextualize na situação socioeconômica que os conforma. Cite ao menos uma obra de cada momento para ilustrar sua resposta.
- A partir dos trechos apresentados e das considerações do item anterior, caracterize sucintamente País do Carnaval ou Caetés.
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