Na postagem de ontem referi-me à consideração de Vinícius de Moraes para com Manuel Bandeira, a quem chamou em belíssimo poema de "Poeta, pai! áspero irmão". Ocasião portanto para conhecer o poema de Vinícius em que encontramos a expressão referida, tão delicado em sua poética afetividade. Apreciem:
Saudade de Manuel Bandeira
Não foste apenas um segredo
De poesia e de emoção
Foste uma estrela em meu degredo
Poeta, pai! áspero irmão.
Não me abraçaste só no peito
Puseste a mão na minha mão
Eu, pequenino – tu, eleito
Poeta, pai! áspero irmão.
Lúcido, alto e ascético amigo
De triste e claro coração
Que sonhas tanto a sós contigo
Poeta, pai, áspero irmão?
(MORAES, Vinícius. Nova antologia poética. Org. Antonio Cicero e Eucanaã Ferraz.
São Paulo: Companhia das Letras, 2003)
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