Escólio
O que
sei, não me serve.
Decoro
o que não sei.
Relembro-me:
deslumbro-me,
desprezo-me.
O
querubim é um dragão
suas
asas não se acabam.
Sempre
ele me acha em falta
ou no
remorso de tanta lucidez.
Somos,
ancião, amargos.
Tão
amargos, junto,
que
temos de construir
do
nada –
que é
humano e nos envolve.
A
gente tem de tirar dele
algo,
pedaço de alto:
alma, amor, praga ou poesia.
alma, amor, praga ou poesia.
[Rosa,
Guimarães. Ave, palavra. Em: _____. Ficção Completa, vol. II, p. 1083-5;
a ilustração acima é de Poty para livro de Guimarães Rosa]
2 comentários:
Aos alunos "topiqueiros" de Literatura Brasileira. Sobre teatro, índios e palhaços...
http://www.hotxua.com.br/?page_id=90
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