"O ponto mais polêmico do 'Prefácio interessantíssimo' (ontem como hoje) está aqui: na discussão da natureza psicológica do lirismo. A poética parnasiana levara a um verdadeiro fetiche da técnica; métrica, rima, chave de ouro, cesura obrigatória, todos os pequenos truques da versificação eram confundidos e idenntificados com a poesia. Sucede que tal poética tinha seus quadros muito estreitos, incapazes de abranger aspectos importantes da poesia: a ênfase exagerada no papel da técnica resultava na diminuição igualmente exagerada no valor da inspiração.
Mário se insurge contra esse desequilíbrio – e na sua tentativa de libertar-se da prisão parnasiana resvala levemente para o lado oposto, enfatizando o lirismo em detrimento da técnica [...]."
(Lafetá, João Luiz. "As poéticas da juventude". In: _____. 1930: a crítica e o modernismo.
São Paulo: Duas Cidades, 2000, p. 161)
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