Décio Pignatari morreu no último domingo, dia 2, data em que se comemora o Dia Nacional do Samba. É mais um dos herdeiros da renovação modernista, que se vai neste ano em que a Semana de Arte Moderna completa 90 anos. Abaixo uma lembrança do poeta, ensaísta, tadutor, publicitário e professor, além de outras facetas, Décio Pignatari, em linhas de um dos textos programáticos que definiram o concretismo brasileiro. É parte inicial de "nova poesia: concreta", texto publicado originalmente em 1956.
o verso: crise. obriga o leitor de manchetes (simultaneidade) a uma
atitude postiça. não consegue libertar-se dos liames lógicos da
linguagem: ao tentar fazê-lo, discursa adjetivos. não dá mais conta do
espaço como condição de uma nova realidade rítmica, utilizando-o apenas
como veículo passivo, lombar, e não como elemento relacional de
estrutura. antieconômico, não se concentra, não se comunica rapidamente.
destruiu-se na dialética da necessidade e do uso históricos. esse é
apenas o golpe de misericórdia da consciência crítica: o primeiro já foi
dado, de fato, por mallarmé, 60 anos atrás – un coup de dés.
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