30.4.11

Euclideana: projeções de uma obra 3





Projeções das mais fortes da obra de Euclides da Cunha encontra-se em um momento decisivo do cinema brasileiro: o Cinema Novo. Deus e o diabo na terra do sol, de 1963, é uma leitura de Os sertões. No mesmo ano sai Vidas Secas, em que Nelson Pereira dos Santos, transpondo com olho de mestre a narrativa de Graciliano Ramos, aproxima-se necessariamente da fonte euclideana.






[ilustrando esta postagem, Othon Bastos em cena de Deus e o diabo na terra do sol]

22.4.11

Raízes do Romantismo no Brasil






Raízes do Brasil, um dos títulos fundamentais da vasta bibliografia de Sérgio Buarque de Holanda, trata de quase todos os aspectos decisivos de nossa formação histórica. Não deixaria ele de tratar dos aspectos que determinaram o ideário nacionalista do romantismo, momento considerado como “marco zero” de nossa literatura – assim como de nossa história política – pelos protagonistas que nele atuaram vivamente. E o que Sérgio Buarque aponta, em poucas linhas, é de grande interesse tanto para o estudo do primeiro momento romântico (em que o indianismo foi a principal vertente da literatura empenhada na construção nacional, com Gonçalves Dias e José de Alencar) como do último deles (em que a poesia social e combativa de Castro Alves ganhou grande projeção no ambiente abolicionista de então). Portanto, para aqueles que irão estudar os momentos e os autores referidos, eis um tópico fundamental a ser investigado:




“É curioso notar como algumas características ordinariamente atribuídas aos nossos indígenas e que os fazem menos compatíveis com a condição servil – sua ‘ociosidade’, sua aversão a todo esforço disciplinado, sua ‘imprevidência’, sua ‘intemperança’, seu gosto acentuado por atividades antes predatórias que produtivas – ajuntam-se de forma bem precisa aos tradicionais padrões de vida das classes nobres. E deve ser por isso que, ao procurarem traduzir para termos nacionais a temática da Idade Média, própria do romantismo europeu, escritores do século passado [XIX], como Gonçalves Dias e Alencar, iriam reservar ao índio virtudes convencionais de antigos fidalgos e cavaleiros, ao passo que o negro devia contentar-se, no melhor dos casos, com a posição de vítima submissa ou rebelde.”



[Holanda, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 56; o retrato de Pedro I, que ilustra esta postagem, é de autoria de Porto Alegre, um dos artistas que protagonizaram o estabelecimento do Romantismo no Brasil]

18.4.11

o patético e o visual em Gregório

Seguem dois sonetos de Gregório de Matos – o primeiro deles apresenta uma visão do Dia do Juízo; o segundo, soneto dedicado ao Padre Antônio Vieira, por ocasião de sua morte.




O alegre do dia entristecido,

O silêncio da noite perturbado

O resplandor do sol todo eclipsado,

E o luzente da lua desmentido!


Rompa todo o criado em um gemido,

Que é de ti mundo? onde tens parado?

Se tudo neste instante está acabado,

Tanto importa o não ser, como haver sido.


Soa a trombeta da maior altura,

A que a vivos, e mortos traz o aviso

Da desventura de uns, d'outros ventura.


Acabe o mundo, porque é já preciso,

Erga-se o morto, deixe a sepultura,

Porque é chegado o dia do juízo.














Corpo a corpo à campanha embravecida,

Braço a braço à batalha rigorosa

Sai Vieira com sanha belicosa,

De impaciente a morte sai vestida.


Invistem-se cruéis, e na investida

A morte se admirou menos lustrosa,

Que Vieira com força portentosa

Sua ira cruel prostrou vencida.


Porém ele vendo então, que na empresa

Deixava a morte à morte: e ninguém nega,

Que seus foros perdia a natureza;


E porque se exercite bruta,

e cega Em devorar as vidas com fereza,

A seu poder rendido a sua entrega.

13.4.11

Eis a Antologia Modernista 1, em que se estampam alguns poucos poemas de três dos poetas que protagonizaram o momento inicial do modernismo — Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade. O arquivo (pdf) encontra-se disponível no link adiante: http://www.4shared.com/document/87v7dxGO/Antologia_Modernista_I.html






[a pintura que ilustra esta postagem é de Cândido Portinari]

4.4.11

Lista de títulos para Seminários – Tópicos de Literatura Brasileira

Os livros a serem estudados para apresentação dos seminários de Tópicos de Literatura Brasileira são os seguintes: 1. Pau-Brasil (1924), de Oswald de Andrade. 2. Memórias sentimentais de João Miramar (1924), de Oswald de Andrade. 3. Serafim Ponte Grande (1933), de Oswald de Andrade. 4. Cobra Norato (1931), de Raul Bopp. 5. Macunaíma (1928), de Mário de Andrade. 6. Brás, Bexiga e Barra Funda (1928), de Antônio de Alcântara Machado. 7. O rei da vela (1933-37), de Oswald de Andrade.



[as bandeirinhas são do Alfredo Volpi]